Existe uma espécie de provérbio que diz que quanto mais alto você chegar, mais as pessoas vão tentar te derrubar. E Ben Affleck e Argo chegaram bastante alto. A produção concorreu a seis Oscars e venceu nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. Ben Affleck, que atuou, dirigiu e produziu, não conseguiu a estatueta de Melhor Diretor, mas conseguiu prestígio como realizador e o respeito como artista que lhe faltava com muita gente. Se hoje ele é o Batman e já assinou contrato para futuramente dirigir o Homem Morcego, é em muito graças ao êxito obtido com Argo.
Mas toda essa popularidade parece ter incomodado a muita gente, como pessoas envolvidas na história real que em que o filme se baseia. Houveram pessoas que reclamaram que tiveram um papel maior e/ou mais decisivo do que foi mostrado na telona e, com isso, choveram críticas na internet atacando o filme como uma farsa e Ben Affleck como um enganador.
Essas pessoas parecem se esquecer de um detalhe fundamental: Argo é uma obra de FICÇÃO que é BASEADA em fatos reais e não um documentário. Roteirista e diretores, quando fazem um filme baseado em algo que aconteceu de verdade, tem toda a liberdade do mundo para contar a história da forma como acharem melhor, tem toda liberdade até para omitir ou criar coisas. E isso não torna o filme uma farsa, não torna realizadores mentirosos. Isso faz do filme apenas uma obra fictícia.
Desde quando a ficção precisa caminhar pisando nas pegadas da realidade? Desde quando a ficção é farsa?