terça-feira, 6 de outubro de 2015

Nascido Para Matar


Nascido Para Matar
Título Original: Full Metal Jackets
Gênero: Drama/Guerra
Ano: 1987
Diretor: Stanley Kubrick
Sinopse: Um sargento (R. Lee Ermey) treina de forma fanática e sádica seus recrutas para transformar jovens em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra e quando lá chegam se deparam com seus horrores e absurdos.
Por que vale a pena assistir?
Quando se fala de Stanley Kubrick, logo se pensa em 2001, Laranja Mecânica e O Iluminado, mas minha obra preferida dele é Nascido Para Matar.

Em sua primeira metade acontece o treinamento, onde os recrutas são assediados moralmente e humilhados todos os dias das mais diversas formas possível. As coisas que o sargento diz e que submete os recrutas são horríveis e desumanas, mas graças ao senso de humor mordaz do Kubrick, são também hilárias. As coisas ele grita na cara dos soldados são absurdas como: "Aposto que você é o tipo de pessoa que comeria a bunda do seu amigo o dia todo e não teria a generosidade de oferecer um pouco da sua em troca" ou "Quero essa privada tão limpa que até a Virgem Maria se orgulharia de dar uma cagada nela".

Na segunda metade, que se passa na guerra propriamente dita, o humor cáustico do diretor se mantém presente, mas de forma mais sutil e cínica. Por exemplo ao retratar os fuzileiros navais como estudantes numa escola escola. Em certo momento os soldados ficam ansiosos para entrar em combate para poderem logo dizer que já mataram alguém, exatamente como adolescentes ansiosos para perder a virgindade.

Na primeira metade o filme possui características mais documentariais, enquanto na segunda parte se torna uma montagem de momentos presenciados pelo sarcástico Soldado Joker, o protagonista, que é jornalista de guerra. Em ambos momentos o filme funciona primorosamente trazendo diversos grandes diálogos, cenas inesquecíveis e falas épicas.

O elenco, mesmo sem grandes nomes, teve um desempenho no alto nível de qualidade que já era característico do perfeccionista quase compulsivo que era o Kubrick. Através daqueles atores até então desconhecidos ganharam vida personagens interessantes que fazem o espectador crie uma afinidade com eles, se importe com eles e curta estar "na companhia" deles.

Quanto à direção, é chover no molhado. Em todo canto é possível ver a assinatura do gênio que dirigiu.

Geralmente colocado entre os melhores filmes de guerra, eu, particularmente, o coloco como o melhor. Nascido Para Matar é muito mais focado que Apocalypse Now, menos preocupado com discurso político que Platoon e não é melodramático como O Resgato do Soldado Ryan.


Nenhum comentário:

Postar um comentário