terça-feira, 28 de julho de 2015

Blade Runner, o Caçador de Andróides


Blade Runner, o Caçador de Andróides
Título Original: Blade Runner
Gênero: Ficção Científica
Ano: 1982
Diretor: Ridley Scott
Prêmios: BAFTA (Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte)
Sinopse: Em 2019 um grupo de replicantes Nexus 6, andróides mais evoluídos que os humanos, provoca um motim em uma colônia espacial e se tornam proibidos no Terra. Quando cinco deles chegam à  Los Angeles incógnitos, cabe a Richard Deckard, ex Blade Runner (tropa de elite especialidade em caçar andróides) identificar e eliminá-los.
Por que vale a pena assistir?
Blade Runner foi erroneamente vendido por Hollywood como um filme de ação, por consequência disso dividiu a crítica e até hoje é estigmatizado como filme parado e chato. Tremenda injustiça. Sua ênfase não está em perseguição, tiros e explosões e sim em seu enredo que usa o futuro para abordar temas atuais e profundas questões filosóficas, como a busca por si mesmo e a relação/conflito entre homem e máquina. O que de fato é ser um humano é questionado todo o tempo, mas de forma sutil que não subestima a inteligência do espectador. Além disso, se destaca nessa obra o fabuloso trabalho de direção de arte, que não só deu vida a esse futuro distópico cinza, opressivo, noir e cyberpunk, como estabeleceu essa nova estética no cinema de uma forma definitiva. Até é uma das principais fontes onde filmes sombrios de filmes de ficção científica bebem.
Mesmo 23 anos após seu lançamento, Blade Runner ainda merece ser visto e ainda é obrigatório para todo cinéfilo e qualquer pessoa que queira conhecer o gênero. Basta não esperar um filme de ação, aguçar o olhar para ler tudo que é dito além dos diálogos e se deixar levar por essa viagem ao sombrio futuro imaginado por Phillip Dick e realizado por Riddley Scott.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

[Off topic] Propagandas em Birdman e o cinema feito para vender



Birdman é um filme de sutilezas, mas os product placements, ou seja, propagandas enrustidas em cena no filme, são descaradas. O melhor exemplo é a cena em que Michael Keaton toma uma cerveja e poe a garrafa sobre a mesa com o rótulo perfeitamente visível à câmera. Em outra cena um personagem tira uma foto com o celular e a câmera mostra a tela dele o suficiente para dar pra ver claramente que é um iPhone. 

Mas será que essa propaganda descarada não foi proposital? Será que não foi uma ironia sutil sobre à forma como Hollywood cada vez mais faz filmes que são verdadeiros cine merchandisings, ou seja, filmes feitos apenas para vender produtos? Não que isso seja algum tipo de novidade, já há décadas o carro que James Bond dirige é uma propaganda, a marca no tênis voador do Marty McFly é uma propaganda... Mas é com certeza isso algo que vem sendo feito de forma cada vez mais exagerada, chegando ao ponto de haver filmes que são feitos apenas para isso. Um ótimo exemplo é Os Estagiários, com Owen Wilson e Vince Vaughn, que é inteiro uma propaganda da Google.





Ironia, descuido, coincidência ou "merchan" mesmo? Bom, isso é um dos inúmeros pontos de Birdman que o espectador pode interpretar como preferir. Eu prefiro acreditar que foi uma ironia, já que o filme está repleto de ironias, que sobram até para Michael Keaton e para o próprio Alejandro González Iñárritu, roteirista e diretor do filme.

Aliás, o que fez de Birdman um grande filme foi exatamente esse tipo de reflexões e questionamentos que o filme propõe o tempo todo para quem souber enxergar. Se você não sabe enxergar as nuances do cinema, não se preocupe, tem toda uma indústria trabalhando exclusivamente para fazer filmes como Transformers para pessoas como você.

E, por falar em product placement, tem uma cena arrasadora sobre esse assunto na comédia Quanto Mais Idiota Melhor:

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Marca da Maldade (A Touch of Evil)


A Marca da Maldade
Título Original: A Touch of Evil
Gênero: Noir
Ano: 1958
Diretor: Orson Welles
Sinopse: Ao investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston), um chefe de polícia mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados Unidos com o México, entra em choque com Hank Quinlan (Orson Welles), um inescrupuloso detetive americano que abusa de sua autoridade.

Por que vale a pena assistir?
Dirigido (e com o roteiro alterado) por Orson Welles, diretor de Cidadão Kane, considerado um dos maiores filmes de todos os tempos, A Marca da Maldade é uma demonstração soberba de o que é um filme noir, talvez a melhor que se possa encontrar. A trama não é daquelas mirabolantes repletas de reviravoltas, é até bem simples, mas funciona muito bem, flui muito bem e é bem feita. Os personagens conquistam e convencem o espectador, em muito graças às grandes atuações, principalmente do Orson Welles que se transformou num homem repugnante que parece um porco. Fisicamente falando!
A direção dá um show não apenas com a preparação do elenco, mas com os enquadramentos e a construção dos planos. A plano sequência inicial é histórica e o filme é repleto de quadros magníficos que daria até para imprimir e emoldurar. A fotografia é um show à parte, uma verdadeira aula de noir com iluminação perfeita, alto contraste e muita sombra.
Qualquer pessoa que curta cinema como arte, como uma linguagem, precisa assistir esse filme não apenas para admirá-lo, mas para aprender com ele. Principalmente se for a versão reeditada, restaurada do original do Orson Welles, pois a versão originalmente lançada foi modificada pelo estúdio na pós produção.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Amadeus


Amadeus
Título Original: Amadeus
Gênero: Drama/Épico/Biografia
Ano: 1984
Diretor: Milos Forman
Prêmios: Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Principal, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado). Globo de Ouro (Melhor Filme Dramático, Melhor Diretor, Melhor Ator Dramático e Melhor Roteiro). Bafta (Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Maquiagem e Melhor Som)
Sinopse: Após tentar se suicidar, Salieri confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart. E, então, ele relata como conheceu, conviveu, admirou e odiou Mozart: um jovem irreverente, mas que compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.

Por que vale a pena assistir?
É um primor cinematográfico. O roteiro conta uma bela história de amor e ódio, admiração e inveja, através das memórias de Salieri, que são na verdade uma amalgama da sua história e a do Mozart. Uma história romanceada composta por personagens cativantes e repleta de nuances e detalhes sobre suas personalidades, suas razões, sua motivações... Sobre tudo aquilo que leva a cada ato. Há ainda uma magistral transição da divertida juventude do Mozart, com sua risada hilária e seu jeito de rockstar, até seu trágico fim. Sua ascensão e sua queda.
O filme também é um deleite para os olhos por combinar direção de arte, figurino, maquiagem e fotografia de forma soberba. A direção de arte dá vida ao século XVIII de uma forma que os olhos do espectador se convencem de que aquilo foi filmado no passado. A trilha sonora preenche os trechos musicais com perfeição e caem como uma luva também em todo o resto do filme. Isso tudo é amarrado por uma direção magistral que entrega uma verdadeira aula de cinema.
É um filme épico em todos os sentidos.